Já passou o tempo em que as mulheres tinham que pincelar amor, para suportar os casamentos arranjados, tempo este que as mulheres erram escravas submissas as vontades dos homens, de pequena nos ensinavam que a mulher era o sexo frágil e por isso devia obediência ao homem “o homem sabe o que é melhor cabe a mulher obedecer”, pai, irmão, marido… em escada de hierarquia torturante, fomos escravizadas como se fossemos seres inferiores.
Ah! Mas não é pra tanto, escravos eram os negros, não as mulheres!… Sim, escravas sim. O que é ser “escravo” se não um ser que não tem direito a própria vida!
Por séculos não tivemos nem o direito de nos expressarmos, não escolhíamos com quem casar, quantos filhos ter… falar, pensar… isso era uma heresia, só que não contra Deus e sim contra o homem que se fazia acreditar ser o inquisidor supremo da vontade de Deus, e em nome dessa superioridade mentirosa, torturavam, violentavam e matavam.
A única liberdade que a mulher tinha era a do trabalho e foi no trabalho a única brecha que o homem esqueceu de fechar que a mulher escapou da prisão. Quando os homens partiam para as guerras, as mulheres tinham que tomar conta de suas casas, famílias e não muito raramente até de vilarejos inteiros. Foi ai que de alguma forma as crenças do “ser inferior” foram sendo derrubadas, muito lentamente, mas foi ali que se iniciou o levante feminino.
De lá pra cá nossas antepassadas lutaram muito e com certeza hoje se orgulhariam talvez não de todas, mas da grande maioria de nós.
Levou tempo para que os grossos grilhões da ditadura dos homens fossem depostos, incontáveis vidas se perderam, mulheres foram queimadas, intituladas como bruxas por pensar, falar ou pelo dom da cura que nada mais era que a dedicação do cuidar que é santificado em cada mulher.
Por Deus fomos abençoadas com a vida, o universo que o homem quer tanto ser dono, esse universo carregamos no ventre, todo o ser vivo vem a esse mundo por graça e obra do ser feminino.
Ninguém além de você sabe o que é melhor pra si mesma! A carne que sangra, os ossos que quebram, as lágrimas que escorrem são suas… a dor, a tristeza da vida que se esvai a cada dia nos sonhos perdidos é sua, e é unicamente responsabilidade sua mudar isso.
Que teu suor, lágrimas e principalmente sorrisos honre as bruxas (mulheres) que negaram se calar, esse fogo que toda a mulher traz nas veias, que faz com que saibamos amar, cuidar e proteger acima de tudo e de todos, é sim herança do, e só do feminino.
Que sejamos o equilíbrio entre ação e doação, hoje temos a liberdade de nos doar a quem e ao que quisermos, o que não podemos esquecer é que a ação é nossa, a escolha é nossa… somos o que quisermos ser. Ao homem cabe aceitar e entender que a parte que o faz ser humano é o feminino que todo o homem carrega em sua concepção de ser gerado por uma mulher.