Inoema Jahnke – No vai e vem das ondas/2017

por Inoema Jahnke

     Dentro de mim, um oceano de imensidão todo meu, posso ouvi-lo bradando, me chamando para mergulhar. Eu?… Eu estou na praia olhando as ondas constantes que se rebentam contra as pedras que ladeiam minha alma. Por momentos o oceano invade tudo, cobre as pedras e me alcança na praia, banhando-me, inundando meu coração, roubando meus pensamentos, silenciando meus medos… Sinto-o me invadindo mergulhando minha alma, levando-a cada vez mais fundo, a água turva do reboliço das ondas vai ficando mais longe, uma calmaria ganha às profundezas, um imenso azul estaticamente cristalino… Ali, posso me ver em cada partícula, água fluida em arroubos de coragem que submergem em tsunami e na superfície jogam-se de encontro às pedras, posso ouvi-las se quebrando, posso sentir os fragmentos arranhando minha pele ao serem expulsos, expurgados para fora do oceano… E eu, feito bruma branca e delicada das ondas, sou depositada incólume novamente na praia.

Outrora ainda menina rabiscava pensamentos,

Hoje não mais os rabiscos, mas…

Os sussurro ao vento!

You may also like

Leave a Reply