O agosto em mim…

por Inoema Jahnke

Nos braços do minuano agosto se fez meu berço, no inverno que aqui cheguei, já ali agosto me ensinou minha primeira lição, que aninhar-se nos braços de quem nos ama é a mais grata proteção.

 O AGOSTO em mim é conselheiro paciente, sempre me chama para uma conversa, é meu mês de casulo, meu ninho de reflexão, em pleno inverno ele me questiona das outras estações, do quanto colhi da primavera, do quanto me aqueci no verão, porém, é das desfolhadas do outono que mais conversamos.

O vento que varre as calçadas e balança as árvores, é o mesmo que areja minha alma, o mesmo que infla minhas velas com palavras que só eu escuto. O agosto em mim me pertence é meu momento de reflexão.

Em agosto sou visitada pelo minuano, ele chega de leve e se faz mais forte em meados do dia 16, permanece em mim por todo o mês expandindo minhas paredes, limpando minhas gavetas, uma vez em mim, varre-me da poeira do ontem, remove até os entulhos mais pesados, muda algumas coisas de lugar, outras dissipa em uma rajada de vento. A seu contento, ele me percorre por completo, organizando e arejando cada canto, cada cômodo… cada gaveta.

Quando agosto esta para se despedir sussurra em mim uma brisa suave de renovação, sou eu ali, mas a mobilha sempre está diferente, a mais espaço, tudo em mim está mais organizado… O agosto em mim ao se despedir me prepara para a primavera, e como as sementes que na terra permeiam um novo ciclo, também eu renasço em flor, cor e perfume.

…pó é pó, poeira na caminhada o que conta são os adornos da estrada a decoração da nossa morada!”

dica de leitura – e você já parou para observa o seu baú

TUDO AQUILO QUE NÃO PODE POR SI SÓ NOS ACOMPANHAR NÃO DEVE SER CARREGADO.

textos reflexivos em um click

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