Ser mãe… Eis a lição mais difícil de aprender. Eu acreditava ser a melhor mãe, a mais amiga, a mais companheira, aquela que está sempre atenta a tudo, que está sempre do lado, que nas horas mais difíceis se faz mais presente.
É eu me considerava a mãe perfeita, aos pouco meus filhos foram crescendo e fui vendo que não era tão boa assim, fui vendo eles crescendo e se perdendo dia a dia um pouquinho de mim…, aos poucos os machucados já não saravam mais com meus beijos, eu muitas vezes não sabia o que dizer, os medos foram ficando pra traz e os pesadelos já não exigiam meu abraço na madrugada, as mãozinhas que sempre estavam entre as minhas aos poucos foram se afastado e mais este elo se rompendo…
***
As brincadeiras que entoavam risos pela casa e hoje me fazem sorrir na lembrança, ficaram lá atrás na infância. hoje não há mais desenho pra pintar, lápis pra apontar, não há mais meias pintadas de vermelho, não há mais cantigas de ninar, nos quartos as camas por vezes estão vazias, não percorro mais a casa a noite arrumando as cobertas, vendo se não ficou nem uma janela aberta, meu boa noite já não e mais esperado como um sinal de proteção onde o sono chegava e os sonhos protegia, não há mais correria no café da manhã, coelhinho da páscoa, papai Noel, fada do dente, saudade desse tempo onde ser mãe era tão fácil, bastava proteger, amar e educar.
Desfeita a ilusão infantil onde era eu a super-heroína, a mulher maravilha… a melhor companhia.
hoje vejo-me na terra do depois, depois vou, depois eu ligo, depois eu conto, tenho medo de quando chegar a terra do nunca, e, eu nunca mais esteja junto, nunca fale e nunca mais seja escutada, quando está hora chegar espero que mesmo ausente meu amor me faça presente, se na duvida de meus filhos eu me fizer escutar, mesmo que não seja forte como um grito no portão, mesmo que seja mais um sussurro na memória um eco no coração, que lhes guiem no caminho que lhes chamem a razão, terei eu a paz eterna de quem sabe que no final cumpriu sua missão.